30.8.07

Mico-crédito

“Pobre é bom pagador.”

Já ouviu essa?

“A única coisa que ele tem é o nome.”

Trabalhei com microcrédito por 3 anos. Basicamente, dá-se crédito relativamente barato a empreendedores de baixa renda sem a burocracia dos Bradescos e Itaús da vida. Idéia boa e simples. Deu certo no mundo inteiro, menos aqui.

O ABN Amro, banco holandês gigante e por enquanto dono do Real no Brasil, tentou a sorte no mercado e teve sacudida sua Superintendência de microcrédito ano passado. Motivo? Os clientes simplesmente não pagavam seus empréstimos.

Outros concorrentes sempre reclamaram do alto número de calotes. Os clientes tomadores e seus avalistas (garantidores da operação) pareciam pouco se lixar para a negativação dos seus nomes quando não honravam suas parcelas. Paciência, o Banco Casas Bahia fica na espera. Quanto à Justiça, também cagavam e andavam. Sabiam que qualquer advogado saído de alguma Unibosta inviabilizaria a execução da dívida, com a ajuda do nosso justo sistema judiciário.

O folclore microcreditiano também é extenso. Ouvi histórias no mínimo curiosas. Como a do cara do Banco do Povo que concedeu crédito a um mendigo apenas para bater sua meta de vendas – não há exigência de comprovação de renda. Ou a do dono da empresa de microcrédito que seqüestrou um cliente e o prendeu no porta-malas de um carro por um dia para forçá-lo a pagar uma dívida.

Trabalhar com dinheiro no Brasil é mesmo complicado. Não é a toa que temos a maior taxa de juros do mundo. De qualquer forma, outro dia estava dando uma olhada nas pendências que tinham restado. E achei um caso que, embora não muito incomum, já havia se tornado um clássico: na análise de risco, quando víamos em algum título uma mensagem religiosa, o sinal amarelo acendia. O índice de picaretagem aumentava em torno de 5,71%, como neste exemplo mais recente:

Ah, motivo 12 é cheque sem fundos. Não, nunca tivemos a Igreja Universal e o casal Hernandes como clientes...

7 comentários:

Anônimo disse...

mais duas coisas: (eh sou chata mesmo)
1) nao da pra estar estar aumentando a ilutração...
2) e como dizia agora pouco a frase do msn de um sujeito que trabalhou comigo:quando se trata de dinheiro, todos têm a mesma religião.

Anônimo disse...

Neste país de merda no qual eu moro, ninguem é honesto, ninguem honra nada muito menos o próprio o nome...os calotes só aumentam... e não são somente os " pobres" que fazem isso... conheço tanta história de gente com grana que fez o que fez....

Marcela Fongaro disse...

um ditado que falo muito.... serve pra essa situacao.

"Para viver e fazer um omelete é preciso quebrar os ovos e a cara"

Anônimo disse...

ainda bem que esse csal quebrou e bem feio a cara!!!
se aproveutar da religiao pra enriquecer???
isto e crime de acordo com o código penal!

Anônimo disse...

o pior de tudo é que eles se fazem de coitainhos e injustiçados
isso e pouca vergonha + cinismo
so no brasil mesmo

Anônimo disse...

sobre o mundo da moda e a corrupçao briguinha de gente grande..achei óootemaaa

Corruptos, nós?
Causou tremendo mal estar no Brasil a declaração do italiano Renzo Rosso, dono da grife Diesel, de que o país perde espaço no mercado internacional da moda porque "ainda há muita corrupção em todos os países da América Latina". Alberto Hiar, o Turco Loco, dono da grife Cavalera, teve a reação mais dura: "A Itália é mundialmente conhecida pela máfia. Se aprendemos a roubar, foi porque os imigrantes italianos estabeleceram essa cultura", diz ele. "Desafio que deixem fazer uma auditoria nas importações dos jeans da Diesel para ver se ele [Renzo] não é corrupto. Pergunta se não tem sonegação nos jeans que a Diesel importa."

e daí que muitos países e empresas são corruptas... nao temos que seguir este " belo" exemplo... ou será que sou muito certinha???

Anônimo disse...

Xegará a hora em que os homens logo terão vergonha de serem honestos

¬¬